A formação de professores em cursos de educação a distância está longe de um consenso entre os educadores que participam da Conferência Nacional de Educação (Conae). Os defensores da modalidade afirmam que essa é a única forma de garantir o ensino universitário aos que vivem em regiões de difícil acesso e os que são contra salientam a falta de qualidade dos cursos.
A diretora do Sindicato dos Professores do Rio Grande do Sul e presidente do Conselho Estadual de Educação, Cecília Farias, critica a formação de professores em cursos de educação a distância. Para ela, é preciso haver formação presencial do futuro professor. "Nos cursos de pós-graduação, não há problema com a distância, mas, para a formação inicial, somos contra."
A professora ressaltou que várias instituições privadas não estão oferecendo cursos de qualidade e que existe muita mercantilização. "Os objetivos são apenas financeiros."
A coordenadora-geral de Formação da Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC), Helena de Freitas, que também participa da Conae, lembra que a escola deve ser vinculada à sociedade e que muitos cursos a distância são de baixa qualidade.
"Temos que examinar que tipo de professores são formados nesses cursos. Um encontro presencial é limitado no tempo e no espaço e distante da realidade da sociedade", disse ela.
Segundo o Ministério da Educação, há 800 mil pessoas fazendo cursos de educação a distância - 600 mil em escolas privadas e 200 mil em instituições públicas. O secretário de Educação a Distância do MEC, Carlos Biechoviski, disse que o ministério está exercendo um papel rigoroso na supervisão e regulação de tais cursos.
"O curso a distância permite que pessoas que morem nos rincões mais distantes se formem. Estamos sendo rígidos na supervisão dos cursos. Hoje mesmo foi descredenciada uma instituição de ensino e na semana passada tivemos outra faculdade", afirmou Biechoviski.
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