CARLOS HEITOR CONY
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2005201005.htm
RIO DE JANEIRO - Continuo indeciso diante do universo virtual, notadamente do tipo de comunicação instantânea e barata que a internet nos dá. Evidente que dela me beneficio, tal como me beneficiei do computador.
Passei mais de 20 anos sem escrever ficção, porque não suportava a máquina de escrever, mesmo aquelas que se diziam eletrônicas. O computador abriu um mundo para mim - se é que o meu umbigo é a coisa mais importante do universo. Pessoalmente, acho que é.
Embora me utilize da internet diariamente, continuo achando que ela é poluidora, não no sentido ecológico, mas espiritual. Dá informações demais, excessivas, inúteis e redundantes. Mesmo a comunicação por e-mail, que aboliu o fax, o telegrama e a carta postal, transformou-se numa correspondência cultural e afetiva maciça, e nem sempre sincera, refletida e consciente.
A facilidade dos desabafos, das confissões, até mesmo da expressão dos sentimentos, protegidos por códigos secretos e relativo anonimato, cria um universo que pode ser duplamente virtual, na forma tecnológica da expressão eletrônica e no conteúdo que deságua no faz de conta da fantasia.
Não há segurança, nem moral nem material, no universo eletrônico. Ele é, sem dúvida, a ferramenta mais importante inventada pelo homem depois da roda. Mas é um instrumento, nada mais do que isso.
Como a roda, a informática está gerando uma nova civilização. É o início de nova era, além e acima do admirável mundo novo, que já está defasado. De seis em seis meses, o mundo novo se torna mais admirável e complexo, diluindo responsabilidades e anulando o indivíduo, que nada tem de admirável, mas lamentável. Como a roda, a internet apenas nos facilita o caminho. Mas não nos aponta um destino.
É verdade... uma nova cultura surge, alias um emaranhado de costumes e atitudes surgem... a rapidez q as informações circulam, dão enfase a efemeridade das coisas, já q são descartadas ou pelo menso anacronizadas muito rapidamente... A internet é uma poderosa ferramenta de comunicação... e seus efeitos são tão poderosos quanto... E nessa nova cultura, admirável mundo novo... a linguagem tb ganha um amplificador... as relações linguisticas tb alcançam um novo patamar de interação. É a internete é isso muita coisa misturada! rsrsrs E eu pretendo ate tentar dar uma gotinha de contribuição para ampliar o horizonte da linguistica pra essa area tão misteriosa e ampla.
ResponderExcluirConcordo com a opinião do autor do texto, pois acredito que devemos sim utilizar a internet e os muito benefícios e facilidades que ela proporciona diariamente, mas devemos ainda nos alimentar intelectualmente em outras fontes de cultura.
ResponderExcluirÉ fato que assim como existe, na internet, muita coisa que permite que nos desenvolvamos, que conheçamos lugares e pessoas, que otimizemos nossos estudos e sincretizemos muitas informações, existe muito lixo, muita porcaria, muita 'cultura inútil', e, com certeza, saber discernir o que presta do que não presta é fundamental para que não nos tornemos 'internéticos' apenas, guiados pela ideia da facilidade, do 'tudo' ao alcance de um 'click'.
Usemos, então, a facilidade que ela nos proporciona ao mesmo que desenvolvemos a nossa capacidade de tornar as coisas fáceis por nós mesmos, e isto equivale conhecê-las de fato para saber manuseá-las, sem deixar tudo por conta de uma máquina.
Manter um equilíbrio pode ser a medida mais produtiva para que não nos tornemos escravos novamente...
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ResponderExcluirDe fato, concordo com Heitor quando afirma que embora façamos uso da internet, há nesta "informações demais, excessivas, inúteis e redundantes." Como tudo na vida, a internet possui coisas boas e ruins; o dito lado positivo e negativo das coisas (aquele que até as pilhas tem?...). E como já dizia muito bem o apóstolo Paulo em uma de suas epístolas compiladas na Bíblia, devemos reter o que é bom, ou seja, não somos obrigados a ver, ler, ouvir e experimentar tudo o que o "ilimitado' mundo da internet nos oferece, nós podemos (e, aliás, penso que devemos) escolher o que precisamos, o que é útil ou, nas palavras do apóstolo, o que for bom!
ResponderExcluirUma palavrinha, pois, essencial para definir não apenas essa, mas qualquer que seja a escolha a se fazer na vida é "discernimento". Afinal, como disse, ainda, o já citado apóstolo em sua primeira epístola aos Coríntios capítulo 6 e verso 12: "todas as coisas me são lícitas, mas nem todas me convém; todas as coisas me são lícitas, mas não me deixarei dominar por nenhuma delas." Isso casa bem com o que Heitor disse sobre a internet ser um instrumento que faciliat nossa vida, mas que não aponta o destino dela!