Certamente, a alternativa é a letra A. Se se olha para os três sistemas linguísticos acima, veremos que possuem formas gráficas tipificadas (em dois dos casos, institucionalizadas)para o registro do dizer distintas, com cada uma adequada aos seus propósitos, etc. No entanto, das três, a receita médica é a que pior faz esse registro; os hieróglifos e os emoticons são adequados e compreensíveis por seus interlocutores, uma vez que estão "bem escritos" e não são de difícil compreensão porque fazem parte do repertório retórico das pessoas que os utilizam, ao passo que o sistema gráfico alfabético é muito mal realizado por muitos médicos em nosso Brasilzão.
Como você fez, Digenário, eu também assinalaria a receita médica, das três, foi a que me pareceu mais sem sentido... Mas entendo que com tal texto o autor visa mais brincar com a nossa dificuladade rotineira de atribuir sentido aos casos que exemplicam as três opções. Qualquer uma delas ficam sem entendimento de vez em quando, não é verdade? Até mesmo a conversa do msn, principalmente quando cheia de emoticons. Sinceramente, quando aparecem muitos, eu tenho uma certa dificuldade... Aí, lá vou eu, buscar o atalho do teclado ou o nome do bichinho, para tentar descobrir o que a pessoa está me dizendo; e o pior é que as vezes o emoticon só completa uma outra palavra, com outro sentido e não tem nada a ver com o rumo da conversa.
Dos três exemplos, o que mais merece indagação é a receita médica justamente por, pelo fato de se apresentar de modo obscuro, ela impedir ou dificultar o processo interativo. O caso das receitas médicas enigmáticas e abusivas é tão sério que recentemente foi aprovada uma legislação obrigando os digníssimos médicos a escreverem de modo legível. De fato, a não ser por motivo de excluir do processo comunicativo os pobres pacientes, não como entender que médicos não digitem as receitas. No fundo, são questões ideológicas e de manutenção de poder que explicam, mas não justificam, a obscuridade das garatujas dos nobre médicos. Além das receitas, há muitos outros gêneros obscuros e ilegíveis em nossa sociedade. O estudo de gêneros tem muito a contribuir explicando estes tortos funcionamentos e oferecendo subsídios teóricos e metodológicos para mudanças genéricas.
Certamente, a alternativa é a letra A. Se se olha para os três sistemas linguísticos acima, veremos que possuem formas gráficas tipificadas (em dois dos casos, institucionalizadas)para o registro do dizer distintas, com cada uma adequada aos seus propósitos, etc. No entanto, das três, a receita médica é a que pior faz esse registro; os hieróglifos e os emoticons são adequados e compreensíveis por seus interlocutores, uma vez que estão "bem escritos" e não são de difícil compreensão porque fazem parte do repertório retórico das pessoas que os utilizam, ao passo que o sistema gráfico alfabético é muito mal realizado por muitos médicos em nosso Brasilzão.
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ResponderExcluirComo você fez, Digenário, eu também assinalaria a receita médica, das três, foi a que me pareceu mais sem sentido... Mas entendo que com tal texto o autor visa mais brincar com a nossa dificuladade rotineira de atribuir sentido aos casos que exemplicam as três opções. Qualquer uma delas ficam sem entendimento de vez em quando, não é verdade? Até mesmo a conversa do msn, principalmente quando cheia de emoticons. Sinceramente, quando aparecem muitos, eu tenho uma certa dificuldade... Aí, lá vou eu, buscar o atalho do teclado ou o nome do bichinho, para tentar descobrir o que a pessoa está me dizendo; e o pior é que as vezes o emoticon só completa uma outra palavra, com outro sentido e não tem nada a ver com o rumo da conversa.
ResponderExcluirDos três exemplos, o que mais merece indagação é a receita médica justamente por, pelo fato de se apresentar de modo obscuro, ela impedir ou dificultar o processo interativo. O caso das receitas médicas enigmáticas e abusivas é tão sério que recentemente foi aprovada uma legislação obrigando os digníssimos médicos a escreverem de modo legível. De fato, a não ser por motivo de excluir do processo comunicativo os pobres pacientes, não como entender que médicos não digitem as receitas. No fundo, são questões ideológicas e de manutenção de poder que explicam, mas não justificam, a obscuridade das garatujas dos nobre médicos.
ResponderExcluirAlém das receitas, há muitos outros gêneros obscuros e ilegíveis em nossa sociedade. O estudo de gêneros tem muito a contribuir explicando estes tortos funcionamentos e oferecendo subsídios teóricos e metodológicos para mudanças genéricas.